Mais de 200 indígenas da Terra Indígena Canabrava/Guajajara situada entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú compareceram na aldeia Coquinho no dia 30 de janeiro para debater uma proposta unitária de valores a ser apresentada à Eletrobrás nos dias 24 e 25 de fevereiro próximo como forma de ‘indenização e compensação’ pelos impactos produzidos pela rede de alta tensão que percorre 22 km dentro do seu território. Cerca de 27 anos atrás quando da instalação da rede, a então Eletronorte realizou uma única indenização mediante a entrega de um salário mínimo por família e vários projetos de aquisição de gado e outras obras como escolas e postos de saúde. De lá para cá muita coisa mudou. A empresa de energia está explorando a distribuição e o fornecimento e tendo lucros significativos. A União está pagando por isso. Essa mudança de regime na utilização da rede de alta tensão se deu sem nunca ter havido alguma consulta aos povos indígenas impactados. Os indígenas reivindicam uma nova negociação, pois há 27 anos sofrem as conseqüências de impactos de todo tipo sem ter havido por parte da empresa algum oferecimento de novo benefício coletivo. Nesse momento a Eletrobrás, segundo cálculos de técnicos da área, estaria recebendo cerca de 3 milhões e meio de Reais pela ‘administração’ da rede, somente no trecho que ela utiliza dentro da terra indígena. Os Guajajara apresentaram três propostas com três diferentes valores, mas só para o ano de 2014, e condicionados à elaboração de um estudo sócio-ambiental dos impactos produzidos pela rede de energia. Após a apresentação desse estudo haverá um cálculo mais aprimorado dos valores a serem pedidos à Eletrobrás para os próximos 30 anos! Caso não se chegue a um acordo os indígenas poderão pedir que a Eletrobrás retire a rede para que passe por outras terras!
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