‘O acordo que a Eletrobrás arrancou dos índios Krikati alguns dias atrás deve ser rescindido, pois foi feito sob os canos das metralhadoras da Força Nacional’. Essa afirmação foi feita pelo ex-sertanista da FUNAI e hoje consultor da Eletrobrás, Porfírio Carvalho, na aldeia Coquinho, na terra Indígena Guajajara-Canabrava, no dia 30 de janeiro. Ao abrir uma mega-reunião com mais de 200 indígenas convocados a debater uma proposta unitária de valores a ser apresentada à Eletrobrás como forma de compensação pela passagem da rede de alta tensão em suas terras, o velho sertanista surpreendeu todos. Não era isso que a imprensa divulgava, após a interdição da estrada que liga Sítio Novo a Montes Altos, e após a derrubada de duas torres realizada pelo Krikati como forma de obrigar a empresa a sentar e debater com eles. Os Krikati reivindicavam tão somente o que a Eletrobrás havia firmado num acordo anos atrás e que nunca cumpriu: a extrusão dos invasores de suas terras já homologadas e melhorias gerais para eles. Segundo Carvalho os índios tiveram que concordar com um valor fixado pela empresa em um milhão e meio ao longo desse ano, e nada mais. Na hora de assinar, os Krikati, insatisfeitos, não aceitaram colocar seus nomes em baixo, mesmo após ter dado o seu consentimento para proceder naquela direção. Alegam, justamente, coação física e psicológica. O próprio Carvalho está sendo acusado de ter incentivado os índios a derrubar as torres.
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