Decidiu-se algo em relação à possibilidade de dar a comunhão aos divorciados recasados?
Eu falei da necessidade de discernir; há situações muito diferentes, há regras gerais, mas também há situações concretas. O Papa falou de uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor; inteligência pastoral; eu falei sobre o discernimento das situações concretas: cada pessoa não é apenas um caso, mas também tem sua dignidade e deve ser reconhecida.
Qual é sua opinião pessoal sobre este problema?
Não se pode falar em geral. Dou um exemplo: fui bispo durante 10 anos e, quando era bispo, veio conversar comigo um pároco que me falou de uma mãe (que havia se divorciado e casado novamente) que estava preparando o seu filho para a Primeira Comunhão. O filho comungaria e ela não. Então, me perguntou: ‘Isto é possível? Existem o arrependimento, a misericórdia e o perdão de Deus. Podemos negar a remissão dos pecados?’
Falou com o Papa antes do Consistório extraordinário?
Sim, o Papa me disse: exponha perguntas, não soluções. E é correto colocar perguntas sobre a fé. A situação familiar mudou muito na sociedade ocidental. Fiz perguntas, mas não insisto nas minhas posturas. Eu não tenho uma solução, é preciso discernir, depois o Sínodo discutirá sobre estas questões. O Papa abriu uma discussão na qual não há decisões a priori; primeiro, temos que discernir.
Existe a possibilidade de uma divisão dentro do Colégio Cardinalício provocada por posturas sobre a família?
Não, este é um contexto sinodal, é preciso chegar a um consenso; e para isso necessitamos de intercâmbio, argumentos e também orações.
A Igreja é uma democracia?
Não, não é uma democracia; a Igreja toma decisões que são o fruto de um processo sinodal; a democracia é outra coisa. (Fonte: IHU)
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