Muitos se perguntam se Francesco estaria em sintonia com os pensamentos de João Paulo II e Bento XVI ou teria produzido uma ruptura. Nas palavras de Gerard Mannion, teólogo da Universidade de Georgetown (EUA) ao chamar uma “dinamite eclesiológica” a exortação papal (Evangelii Gaudium), Mannion disse: “É difícil para qualquer pessoa que trabalhe em áreas como a eclesiologia chegar a alguma outra conclusão que não seja a do simples fato de que, em muitos dos mais importantes assuntos, há uma continuidade substantiva muito, muito pequena com a agenda eclesial dos predecessores do Papa Francisco”. “Entramos (...) num momento de dissonância cognitiva na Igreja em que as coisas estão mudando rapidamente e, no entanto, muitos temem a mudança mais do que qualquer outra coisa”, falou Mannion, pesquisador do Centro Berkley para a Religião, Paz e Assuntos Internacionais, da Universidade de Georgetown. “Esta mudança é nova e substancial”, falou Dennis Doyle, professor de estudos religiosos na Universidade de Dayton, em Ohio, administrada pelos marianistas, que disse que o Papa Francisco está fazendo acontecer uma nova “síntese” entre ideias teológicas e práticas pastorais na Igreja. Doyle falou que uma pequena porém central mudança que se pode ver na exortação papal são suas referências repetidas à Igreja como “Povo de Deus” – frase usada com mais frequência durante o Concílio Vaticano II –, em vez de o “Corpo Místico de Cristo”, frase preferida por Bento XVI ou João Paulo II. O foco do papa sobre o “Povo de Deus”, disse Doyle, evidencia “uma Igreja que está a caminho (...), uma Igreja ainda inacabada”. É uma Igreja que “inclui a todos, não somente o clero e os religiosos consagrados”, acrescentou. Sandra Mazzolini, professora de missiologia na Pontifícia Universidade Urbaniana, de Roma, disse que os escritos do Papa Francisco estão tendo “profundas implicações eclesiológicas”, em particular no foco que ele dá na possibilidade de descentralização das estruturas da Igreja para além do Vaticano. Por exemplo, em certa passagem da Evangelii Gaudium, Francisco menciona o pedido do Concílio Vaticano II para que as conferências episcopais contribuam, de forma mais concreta, na governança da Igreja, escrevendo: “Este desejo não se realizou plenamente”. Uma tal descentralização, afirmou Mazzolini, implicaria uma “nova maneira” de exercer o papel do papa como líder da Igreja, focado nas relações que os bispos locais têm com o povo de suas dioceses.Francisco, disse ela, está incentivando os bispos locais a se comprometerem em “promover e desenvolver meios de participação” entre os fiéis na Igreja. Em especial, o papa quer que eles participem do “diálogo pastoral a partir de um desejo de ouvir a todos, e não somente aqueles que lhes diriam o que gostariam de ouvir”. Em outras áreas, Mazzolini disse que o papa “rejeita a identificação da doutrina cristã com uma doutrina monolítica encerrada e que não deixa espaço para nuances”. (Fonte: IHU)
Comentário do blogueiro - O estilo Francisco deve ir além disso. Deve aproveitar desse consenso planetário para aprofundar determinadas mudanças sistêmicas na igreja como, por exemplo, declarar o fim imediato do Estado do Vaticano e ser somente 'a força moral e centro de comunhão' de todas as igrejas católicas particulares. Vamos lá, Francesco? Nós iremos te apoiar! Não perca tempo!
Comentário do blogueiro - O estilo Francisco deve ir além disso. Deve aproveitar desse consenso planetário para aprofundar determinadas mudanças sistêmicas na igreja como, por exemplo, declarar o fim imediato do Estado do Vaticano e ser somente 'a força moral e centro de comunhão' de todas as igrejas católicas particulares. Vamos lá, Francesco? Nós iremos te apoiar! Não perca tempo!
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