Nessa quinta-feira (17) três moradores de Piquiá de Baixo, distrito industrial de Açailândia – MA, participam da Assembleia Anual dos Acionistas da empresa Vale S.A. A reunião acontece às 11h, no edifício Città America situado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A Assembleia dos Acionistas da Vale acontece anualmente e trata-se da reunião mais importante da empresa durante o ano. Essa reunião reúne, em um mesmo local, representantes que detêm ações e que investem na companhia, viabilizando suas operações. Grandes bancos e fundos de pensão estão entre os investidores que participam. Membros de entidades como a Rede Justiça nos Trilhos passaram a deter ações da Vale e por isso, segundo a lei das sociedades anônimas, têm o direito de voz e de voto durante a Assembleia. Mas o objetivo maior dessas organizações é o de denunciar os impactos socioambientais que a empresa causa no Brasil e no mundo. “Desta vez, apresentarão aos acionistas suas preocupações a respeito do comportamento da empresa no Maranhão e no Pará. Tratarão de alguns dos conflitos que ocorrem atualmente na região, em decorrência das operações do Projeto Carajás e de sua expansão. Lembrarão os acionistas de que os conflitos com as comunidades locais e a falta de cumprimento das leis e das condicionantes das licenças ambientais, pela Vale, podem significar riscos aos investimentos dos acionistas, com a queda do valor das ações e a diminuição dos dividendos”, relata o advogado Danilo Chammas, da Rede Justiça nos Trilhos.
O caso Piquiá de Baixo
Welem Pereira, morador de Piquiá de Baixo, é acionista da Vale e participará da Assembleia. Diante dos acionistas da empresa, ele vai denunciar que a Vale também é responsável pela poluição e pelos danos à saúde dos moradores de Piquiá de Baixo, mas que até o momento não destinou recursos efetivos para o reassentamento da comunidade. “São 17 auto-fornos que poluem o bairro e depois de uma manifestação de 30 horas se fez um acordo com as empresas siderúrgicas para que o pagamento do terreno do reassentamento fosse feito. Mas o acordo não foi cumprido, deixando a comunidade indignada. Na reunião nós vamos apresentar as dificuldades e a falta de apoio para o reassentamento de Piquiá. Nós também precisamos cobrar da Vale, é ela que traz o minério de ferro para as siderúrgicas, além disso, vem causando muitos problemas no corredor de Carajás”, denuncia Welem Pereira. Para o advogado Danilo Chammas, com a participação dos moradores nessa assembleia, a expectativa é que os acionistas da Vale se convençam da importância que o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva da empresa assumam o reassentamento de Piquiá de Baixo como prioridade e aprovem a destinação de recursos efetivos para o reassentamento.(Fonte:Rede Justiça nos Trilhos)
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