No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (o IPCC, da sigla em inglês) deu início à divulgação do seu 5º Relatório de Avaliação (ou AR5), começando pelo trabalho do “Grupo I”, que trata das bases físicas da mudança no clima. Esta semana, essa divulgação teve continuidade, com a publicação do Sumário dos trabalhos do “Grupo II”, que lida com “impactos, adaptação e vulnerabilidade”. Esses relatórios não deixam dúvida em relação à amplitude e profundidade das alterações que ora ocorrem no sistema climático terrestre, nem em relação às suas causas. O planeta está aquecendo, o gelo nas calotas polares e geleiras tem encolhido, os mares estão se elevando e se acidificando. É um fato de que a causa é o excesso de gases de efeito estufa (isto é, que retêm calor) na atmosfera, principalmente o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). Só a concentração do CO2 cresceu mais de 40% desde o período pré-industrial.
"Todos os aspectos da segurança alimentar são potencialmente afetados pela mudança climática, incluindo acesso e utilização dos alimentos e estabilidade nos preços"; “projeta-se que a mudança climática ao longo do século XXI deva aumentar a imigração"; "a mudança climática pode aumentar indiretamente o risco de conflitos violentos na forma de guerra civil e violência entre grupos ao amplificar motivações bem documentadas desses conflitos como pobreza e choques econômicos".Além das desigualdades nos impactos, a mudança climática é uma questão de desigualdade, de classe, em sua raiz. A extração e venda de combustíveis fósseis se concentra nas mãos de um punhado de poucas empresas (7 das 11 maiores empresas do mundo são petroquímicas e estas somam faturamento anual que supera o PIB francês) e permitiu o crescimento da economia capitalista, a acumulação e a concentração em níveis inimagináveis. A riqueza gerada a partir da geração de energia por fontes fósseis também beneficiou somente uma minoria de países (principalmente Europa e EUA) e, claro, especialmente uma minoria dentro deles. Esses países possuem condições bem melhores de adaptação aos graves problemas inevitavelmente advindos com o aquecimento do sistema climático. Essa é uma realidade que contrasta radicalmente com as ilusões vendidas pelo “capitalismo verde”. No material publicado sobre as bases físicas da mudança no clima, o IPCC reconheceu que é necessário impor severos limites ao uso de combustíveis fósseis para evitar que o clima entre numa espiral extremamente perigosa e irreversível, com mudanças num nível ao qual não se é possível adaptar. (Fonte: IHU)
Comentário do blogueiro - Como impor severos limites se a meta é produzir sempre mais e o ão cumprimento de metas de produção coloca em xeque a eleição ou reeleição de A, B ou C? Danem-se os nossos descendentes...se é que vai haver!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Comentário do blogueiro - Como impor severos limites se a meta é produzir sempre mais e o ão cumprimento de metas de produção coloca em xeque a eleição ou reeleição de A, B ou C? Danem-se os nossos descendentes...se é que vai haver!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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