Numa família, ou em uma comunidade há sempre algumas pessoas destemidas. Corajosas e ousadas. Que parecem fugir dos comportamentos comuns de precaução, de cuidados especiais e de autopreservação. São pessoas que não têm papas na língua, dizem o que pensam e sentem e, às vezes, parecem não medir consequências. Toda comunidade eclesial precisa dessas ‘pessoas atrevidas’ porque ajudam o grupo a avançar. É o caso de Tomé, chamado o ‘gêmeo’. No evangelho de João fica claro que Tomé é o ‘gêmeo (espiritual) de Jesus’. Apóstolo e irmão que age como se fosse outro Jesus. É aquele que não está com o grupo de Jesus quando este se encontra às escondidas, e de portas trancadas. Tomé não tem medo como os demais discípulos. Ele, como Jesus, está na rua, trabalhando e enfrentando. Quando o grupo dos discípulos parece compreender que Jesus continua vivo, Tomé reage como reage uma pessoa diante de algo surpreendente e inesperado: ‘Não! Não é possível! Não acredito!’ É uma expressão de maravilha e assombro, e não de negação. Chega, contudo, a hora em que também Tomé sente a presença de Jesus como ‘aquele que continua a estar no meio deles’. O grupo, de forma contraditória, afirmava de ter visto o Senhor, mas continuava com medo e escondido. Tomé, ao contrário, quando ele mesmo sente que Jesus está vivo se torna o primeiro e o único discípulo a afirmar ‘Meu Senhor, e meu Deus’! Tomé, o destemido, não tem receio em reconhecê-lo plenamente como Aquele que vive. Tomé, o ‘gêmeo’ de Jesus reconhece que o seu ‘Senhor’ era, de fato, o ‘gêmeo’ de Deus!
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