Parece já fato consumado. Chegou até nós a notícia de que a FUNAI regional do Maranhão com sede em Imperatriz decidiu fechar a CTL (Coordenação Técnica Local) de Zé Doca. Justamente a região com o maior número de conflitos e incalculáveis necessidades básicas jamais atendidas pelo governo federal. A CTL de Zé Doca tentava dar assistência principalmente ao povo Ka’apor que ocupa a terra indígena Alto Turiaçu. O território que ainda apresenta um volume riquíssimo de madeira nobre vem sendo sistematicamente atacado por madeireiros da região que agem praticamente impunes, dada a escassa vontade e autonomia de órgãos fiscalizadores como IBAMA e outros. Os únicos defensores da terra federal, - bem registrado da União, - são os próprios índios. São eles que se expõem e arriscam a vida para defender uma terra que, afinal, é patrimônio do Brasil. A própria Polícia Federal parece andar muito ocupada a serviço da Lava-jato ou de outras Operações como a ‘Carne fraca’ e outras. A resistência indígena tem rendido, ao longo desses últimos 7 anos, várias mortes, ameaças e agressões, e instalando-se na região e na cidade de Zé Doca um clima extremamente tenso. Se é verdade que a FUNAI há muito tempo vinha dando sinais de negligência e inanição, - inclusive por falta de meios, - é igualmente verdade que com a extinção da CTL de Zé Doca a vida dos Ka’apor se torna ainda mais difícil. Mais lógico e realista seria, - na necessidade de reduzir pessoal e estruturas, - remanejando outras CTLs como as de Amarante, por exemplo, onde existem duas na mesma cidade. Pelas informações obtidas a decisão já foi tomada, embora não formalizada. Talvez uma possível reação dos Ka’apor possa deter o que seria mais um sinal do desmonte geral perpetrado pelo atual governo golpista. Afinal, dentro da lógica do atual ministro da justiça, - a quem a FUNAI obedece, - e de outros colegas gânsters vale o lema ‘ Madeira é o que interessa, índio não tem pressa’!
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