Corpos feitos de carne estrelar. Gerados pelo hálito do ‘Cosmos Infinito’. Corpos humanos de divindade encarnada.
Corpos de parto humano dolorido, de gemidos que geram novas vidas. Corpos que nunca viram o sol da manhã.
Corpos largados de crianças sem lar e sem afago. Corpos que nunca receberam o beijo daqueles que os deram à luz.
Corpos abusados e violados por quem lhe prometeu fidelidade e amparo. Corpos traídos, jamais acariciados.
Corpos torturados, desfigurados pela brutalidade de quem tinha o dever de lhes dar novo rosto e novo fim.
Corpos retorcidos, mutilados pela droga, a fome e a indiferença. Corpos dependentes que aspiram a uma nova criação.
Corpos apodrecidos de necrotérios anônimos, corpos sepultados em covas frias, sem epitáfio e sem prece.
Corpos abatidos e imolados no altar do ‘bem comum’. Corpos sem voz e sem vez. Corpos sem voto e sem nome.
Corpos suados, confinados e escravizados pela ganância daqueles que vestem terno preto e gravata importada.
Corpos sem alma, roubada pelos mercadores dos mistérios sagrados, geradores de culpa e negadores da compaixão divina.
Corpos ressurgidos, que não se desintegram sem cumprir a missão pela qual foram gerados. Corpos espirituais de um ‘Cosmos de Amor Infinito’.
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