Esta semana, o prefeito de Marabá, João Salame Neto, resumiu bem o sentimento do povo deste município em relação à mineradora Vale: “Eu gostaria de ter dez Sinobras aqui do que meia Vale”. Ao completar 100 anos de história, o município fundado por Francisco Coelho em 5 de abril de 1913 pode eleger com facilidade a pior empresa em seu primeiro centenário: Vale. É ela quem tem de ser responsabilizada pelo passivo social e econômico que a comunidade de 250 mil pessoas que residem aqui padece. A instalação do Projeto Grande Carajás trouxe um oceano de problemas sociais, mas a Vale ajudou o município apenas com um igarapezinho, para fazer de conta que paga a compensação social que deveria.
O tamanho da dívida da Vale com Marabá: a empresa prometeu reformar e ampliar o Hospital Municipal de Marabá, mas não deu um centavo;deveria investir na construção de creches e escolas do ensino fundamental, mas faz vista grossa para esse setor; ainda na educação, começou a construir a Estação Conhecimento, mas a obra está paralisada há mais de dois anos; enquanto abre crateras no quintal do município para implantar o Projeto Salobo, derrama migalhas em projetos de meio ambiente na cidade para falsear sua atuação; ensaiou a construção de uma mega siderúrgica (Alpa), mas ao primeiro vento de dificuldade parou tudo e causou um apagão na economia local; investe milhões em projetos em Belém (onde não tem nenhum negócio) e deixa Marabá e região sem nada. A Vale já foi votada em 2012 como a pior empresa do mundo pelo Public Eye Peoples’ Award (Prêmio Popular do Olhar Público) conhecido como o ‘Oscar da Vergonha’, “por conta de uma história de 70 anos manchada por repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho, pilhagem de patrimônio público e pela exploração cruel da natureza”. Um vereador anunciou que vai entrar com uma ação contra a Vale pedindo R$ 30 bilhões de indenização para a Vale pelos prejuízos causados a Marabá. “A mim não interessa o dinheiro, mas sim que vamos fazer alguma coisa, porque não é possível que nos calemos diante desse absurdo”, criticou. (Tirado do Correio do Tocantins)
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