Uma estrutura metálica desabou no começo da tarde desta quarta-feira (27), nas obras do Itaquerão, zona leste de São Paulo, matando dois funcionários, o motorista e operador Fábio Luiz Pereira e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos. A Odebrecht é responsável pela obra. Outros dois acidentes fatais, envolvendo obras dos estádios, já haviam sido registrados. Em junho do ano passado, um trabalhador despencou de uma altura de 30 metros, em Brasília, durante a construção do Mané Garrincha. Em março deste ano, outro caiu de uma altura de cerca de cinco metros, na Arena Amazônia, em Manaus. Não bastassem as tragédias humanas, o país também apresenta um desempenho questionável no que diz respeito aos gastos para garantir a infraestrutura para a Copa. A metade deles já foi entregue e o restante está perto de cumprir o cronograma estabelecido pela Fifa. Mas, na análise sobre os gastos para construí-los ou reformá-los, o Brasil já bateu a soma do que a África do Sul e a Alemanha desembolsaram para os dois últimos Mundiais. O valor gasto para reforma ou construção dos 12 estádios chega a 8 bilhões de reais (3,4 bilhões de dólares). A previsão brasileira era de que os gastos com estádios somassem cerca de 5,4 bilhões de reais (2,35 bilhões de dólares). Em junho, a população brasileira expressou sua indignação com os gastos exorbitantes com o Mundial durante as manifestações, que levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas. Nos cartazes se lia “Não queremos estádios - Queremos escolas e hospitais” e “Queremos escolas e hospitais no padrão Fifa”.
A Odebrecht parece se destacar como campeã em acidentes de trabalho e em péssima qualidade das suas execuções de obras. Em 2007 era responsável pelo Consórcio Linha Amarela, que construía a Linha 4 do Metrô de São Paulo. No dia 12 de janeiro, um desabamento nas obras da Estação Pinheiros, por volta das 15 horas, culminou em um enorme buraco que “engoliu” dois caminhões, resultando na morte de 7 pessoas. No ano de 2008, a Odebrecht foi expulsa do Equador pelo presidente Rafael Correa. Um ano antes, com financiamento do BNDES, a construtora entregou a Hidrelétrica de San Francisco, na província amazônica de Pastaza. À época, o governo equatoriano classificou a obra como um “desleixo” da construtora brasileira. Outros acidentes fatais ocorreram na prestação serviço para VALE, no Maranhão.
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