quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Consciência negra - depois de mais um século de 'liberdade' a 'senzala' e a perseguição aos direitos d@s negr@s se alastra no país!


Ontem, dia 20 de novembro comemorou-se o Dia da Consciência Negra. Este ano o assunto tomou destaque por várias câmaras municipais terem votado a sua oficialização como feriado e ter sido anulado, tal como em Curitiba, com o TJ-PR derrubando a lei por pressão da Associação Comercial do Paraná (ACP), que alegou perda de lucros, se houvesse tal feriado. Já se passaram 125 anos da abolição da escravatura, mas a sociedade brasileira ainda sofre com imensos resquícios de uma sociedade onde o negro é excluído e ainda mais explorado, com os reflexos em números de homicídios, salários e de educação formal. 

Violência - Segundo o Mapa da Violência 2012, no ano de 2010, a quantidade de pessoas negras vítimas de homicídios foi de 71,1% do total, enquanto que o de brancas foi de 28,5%. Mas o que mais impressiona é o seu crescimento. De 2002 a 2010, os homicídios na população branca caíram 25,5%, enquanto que na população negra houve um crescimento de 35,3%. Se formos para a população jovem, esta proporção continua parecida. Enquanto que a juventude branca teve um decréscimo de 33% nos homicídios, a juventude negra sofreu um crescimento de 23,4%. Os estados, segundo o Mapa, onde apresentam maiores taxas de homicídios de negros, no Brasil, são Alagoas, Espírito Santo e Paraíba, respectivamente.

Os negros e os salários - Já neste ponto utilizarei os dados compilados no belo trabalho do DIEESE, lançado neste mês, chamado de “Os negros no mercado de trabalho” e que pode ser acessado em seu sítio. Segundo este estudo, enquanto que em 2012 os não negros tiveram uma taxa de desocupação de 9,2%, os negros tiveram 11,9%. Se fosse uma mulher negra a coisa estava ainda pior, pois a taxa subia para 14,1%. Mas o que mais impressiona não é a diferença de desocupação, e sim a diferença salarial. Os não negros tiveram, no biênio 2011-2012, uma diferença salarial enorme. O rendimento dos negros equivaleu a 63,89% dos não-negros, como pode ser visto na tabela abaixo. O mais assustador, nesta tabela, é que Salvador, uma das cidades com maior presença negra do país, é a que paga menos aos negros, relativamente aos brancos. O negro tem um rendimento de apenas 59,86% de um branco, na capital baiana!

Educação - Segundo dados da Pnad 2011, enquanto que 35,8% dos estudantes entre 18 e 24 anos negros estavam no nível superior, para os brancos este número quase que dobrava, indo para 65,7%. Já para o ensino fundamental a relação era contrária, 11,8% para a população de estudantes nesta faixa-etária negra, e 4,5% da branca, o que demonstra o atraso educacional imensamente maior para os negros, relativo aos brancos.(Fonte: IHU)

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