A Faema, Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão está brincando com o fogo. Agora inventa que a responsabilidade pela drástica saída das famílias de agricultores da terra dos Awá é do Governo Federal que sabia das famílias que ocupavam aquela terra e nada fez. Ora, ora, foi justamente o então presidente da entidade, Claudio Azevedo Donizete, que à época da publicação da Portaria de demarcação, e conseqüente interdição da área, organizou com o presidente do STR de Zé Doca, o Cabecinha, verdadeiras mobilizações, boicotes e ataques às empresas que vieram ao Maranhão para demarcar a terra, espalhando um clima de terror. Todas as famílias que acolá estavam já naquela época haviam sido notificadas e mais ainda: foram veiculadas informações, pregado placas, organizados encontros e sessões na Câmara de vereadores de Bom Jardim, espalhado mapas e outras iniciativas para alertar que havia a portaria que determinava o reconhecimento formal de um área de 118.000 ha. para os Awá-Guajá. Ocorreu o contrário: mais famílias foram chamadas. No Governo Estadual á época havia uma clara tendência em favorecer os ocupantes não índios. Que César Viana e Marcos Kowarick o digam, pois eles haviam se tornados os embaixadores da não demarcação! O Atual secretário estadual da agricultura do estado, Claudio Azevedo Donizete, à época da portaria era gerente de uma agropecuária denominada Alto Turiaçu de propriedade do Grupo Shain-Cury com sede em São Paulo. Ele havia sido o pivô do ‘affair’. Naquela fazenda só Deus sabe, e tantas vítimas o podem comprovar, o que vinha ocorrendo. Com a portaria iniciaram os desgaste ao Grupo Paulista e o gerente foi sumariamente demitido, mas não teve dificuldade de continuar a sua carreira política e profissional. Hoje ele é também diretor do sindicato nacional das siderúrgicas. Várias visitas havíamos realizado à área alertando os trabalhadores rurais que ‘aquela terra indígena’ era para os Awá e que mais cedo ou mais tarde teriam que sair, e que ninguém iria ‘liberar’ a área para eles. Não quiseram ouvir. Agora conseguem despertar pena e compaixão em quem não conhece a história. O próprio Juiz Federal José Carlos Madeira sempre teve compreensão e sabedoria em condicionar eventual extrusão ao re-assentamento, mesmo que os ocupantes estivessem na terra usando ‘má fé’. Aguardou pacientemente que os órgãos federais e estaduais tomassem as medidas cabíveis. Chegou-se ao limite extremo. Agora, terra sim, mas fora da terra do Guajá, esperando que com isso se possa garantir espaço vital para os indígenas, e que se reduza a exploração madeireira na área que é algo assustador.
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