Saíram os resultados do exame de suficiência aplicado pelo Conselho de Medicina de São Paulo. 59,2% dos mais de 2.843 médicos formandos foram reprovados por não terem atingido 60% de acertos nas questões oferecidas, resultado pior do que o de 2012, quando 54,5% não atingiram o índice esperado. Pediatria foi a área de pior desempenho: a média não atingiu mais que 47% de acertos entre os médicos formados em São Paulo. Nenhum destes médicos deixará de ter o registro concedido pelo Conselho. Muitas de suas deficiências serão supridas na residência médica, pela prática e pelo tempo. Mas existe uma que, infelizmente, não foi medida na prova e não vai ser corrigida, ao contrário, tende a piorar.O desinteresse pelo paciente e o mercantilismo com que se observa a saúde. O resultado do exame do Cremesp não é razão para debochar ou desmerecer estes médicos, dos quais o país e as pessoas precisam. É razão, sim, para olharmos o que está se tornando a medicina. Quando os dirigentes da categoria parecem mais assustados com a chegada de médicos para atender pessoas que estão abandonadas e às quais os médicos brasileiros – nem mesmo os novos, recém formados – querem ir atender do que com mais da metade dos formandos não saber que reduzir a pressão arterial diminui o risco cardíaco num hipertenso, há algo muito mais sério que esta surpreendente ignorância.Porque a ignorância se supre, com esforço. Um esforço que muito raramente vemos existir, infelizmente. Mas a indiferença, o mercantilismo e a desumanidade, nem com muito esforço. (Fonte: Blog Conversa Afiada)
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