O sociólogo da religião, Ricardo Mariano, é categórico ao afirmar que a estratégia adotada pela Igreja Católica nestes últimos anos visando deter o avanço evangélico falhou: “Liderada pela Renovação Carismática e apoiada na criação de redes de TV e no evangelismo midiático, a reação católica à expansão pentecostal fracassou”. Mas, além de investir nesta estratégia, a Igreja continuou com outra prática ainda de épocas de Cristandade: a centralidade das estruturas jurídico-canônicas. O que se pode inferir destes dados é que as opções pastorais da Igreja Católica não criaram o “senso de comunidade” entre as “pessoas socialmente deslocadas”. Percebe-se este mesmo fenômeno em relação à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) que experimentou um decréscimo no número de seus adeptos em 10%. A explicação dada pelos analistas é que seus mega-templos e redes de TV desfavorecem uma sociabilidade fraterna e comunitária, daí o crescimento de “pequenas igrejas” formadas por até 30 pessoas. O que os dados indicam é que existe sim uma saída, e a Igreja Católica no Brasil já a tinha experimentado com um investimento forte no passado, e que nos parece ser de muita atualidade: a criação de mais e mais comunidades eclesiais de base (CEBs) coordenadas por leigos e leigas.
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