"O discurso da "opção preferencial pelos pobres" da Igreja Católica não tem sido capaz de evitar o fim do monopólio católico no país. O que se difunde no Brasil é a doutrina de Joãozinho Trinta: "Pobre gosta é de luxo", escreve José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia. Segundo ele, "a lógica econômica tem prevalecido sobre a dinâmica puramente religiosa. A teologia da prosperidade tem atendido melhor as expectativas de consumo e os interesses egoísticos das diferentes camadas sociais". "Atualmente, o que se considera sagrado é o consumo - afirma o demógrafo. O crescimento das correntes evangélicas pentecostais no país tem sido compatível com o fato de que o sagrado está cada vez mais comercializado e dessacralizado. É o Brasil cada vez mais desencantado".Não será fácil também reverter a debandada do rebanho quando o Vaticano assume na Rio+20 posições anacrônicas, contra os direitos sexuais e reprodutivos. A Igreja Católica pode virar o jogo, mas terá de mudar o discurso e a prática.
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