Para o Papa Bento XVI, os seis dias passados em Nemi na primavera de 1965, para preparar junto com dezenas de bispos e teólogos o decreto conciliar Ad Gentes, são "talvez a mais bela recordação de todo o Concílio". Foi o próprio pontífice quem confidenciou isso na visita realizada na manhã dessa segunda-feira à casa dos Padres Verbitas, rebatizada em 2010 como "Centro Ad Gentes". O pontífice – lembrou durante a sua breve visita – morava naqueles anos no centro de Roma, no Colégio de Santa Maria da Alma, "com todo aquele barulho". A casa verbita de Nemi, imersa no verde, parecia um outro mundo: "Ter esse respiro da natureza e também esse frescor do ar já era, em si mesmo, uma coisa bela". "E depois – lembrou ainda o pontífice – havia a companhia de tantos grandes teólogos, com um encargo tão importante e bonito de preparar um decreto sobre a missão". O Papa Ratzinger lembrou o então superior-geral dos verbitas, padre Johannes Schütte, "que havia sofrido na China, havia sido condenado e depois expulso". Era ele quem liderava a comissão encarregada de preparar o decreto conciliar. Foi ele, lembrou o papa com modéstia, que pediu a sua presença, "um teólogo sem grande importância, muito jovem, convidado não sei por quê". Além disso, estava Fulton Sheen, o bispo tele-pregador que, nos Estados Unidos, era campeão de audiência, "que nos fascinava à noite com os seus discursos", além do grande teólogo Yves Congar e muitos outros. Desse encontro, lembrou Bento XVI, saiu o Ad Gentes, um documento "belo e bom", aprovado com um consenso recorde pelos padres conciliares, apesar de algumas disputas entre teólogos que – confessou o papa – ele não entendia plenamente, como teólogo orientado mais à pastoral do que à elucubração teológica como fim em si mesma. O papa expressou a esperança de que o espírito missionário, que o Concílio Vaticano II mostrou, continue vivo na Igreja". (Fonte: IHU)
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