Como celebrar a espera de ‘alguém’ que já veio e que nunca foi embora? Como celebrar o dia do nascimento de alguém quando na realidade Ele nasce e renasce constantemente nas aspirações, nos sonhos, nos valores, nos projetos de vida, nas místicas de numerosas pessoas? Como afirmar que no nascimento de Jesus, o conhecido ‘filho do homem’ da Galiléia, é o próprio Invisível e Insondável Deus a se fazer carne, a se revelar, e a fazer aliança com o seu povo? Como acreditar que o ‘todo-poderoso’ se torna frágil e débil como criança para viver e compreender o que significa ‘ser humano’ perecível e finito?
Natal parece revelar e esconder os insondáveis mistérios e as indecifráveis angústias da existência humana. O nosso desejo de comungar com o divino ao viver a plenitude da nossa humanidade. A nossa originária aspiração em renascer ao abandonar permanentemente o ‘velho homem/mulher’ e darmos vida a jeitos originais e fecundos de ser. A nossa fé no Absoluto ao tecer laços de fraternidade e compaixão com os ‘invisíveis itinerantes’ dessa vida.
Que nesse Natal tenhamos a coragem e a capacidade de nos alegrar com quem se achou acariciado por Deus, de chorar com aquele que não sentiu a Sua presença amiga na hora da provação, de se inquietar com aquele que desejava ardentemente de Deus um sinal revelador, de vigiar com persistência ao lado daquele que se achou abandonado pelo Deus Onipresente. Peço ao Deus Humano que nos dê a coragem e a disponibilidade de sermos ‘manjedoura’ pronta para acolher quantos precisam de um lugar-pessoa para nascer e renascer!
Feliz Natal, fecundo 2014, e obrigado de coração a todos vocês.
Claudio
Um comentário:
Feliz Natal a você, Cláúdio!
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