Dezenas de pessoas foram presas nesta sexta-feira no Estado do Maranhão pela Polícia Federal (PF). Os agentes desvendaram um esquema montado por criminosos que invadiam o sistema de controle florestal mantido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), conhecido como Sisdof, para obter documentos oficiais para créditos, e facilitar o comércio de madeira extraída ilegalmente de terras indígenas e unidades de conservação da região. Dados levantados pelo Ibama apontam que quase 500 mil metros cúbicos de madeira serrada entraram no Maranhão e no Pará, apenas em 2013, a partir de certidões “esquentadas”. O volume representa carga suficiente para encher 14 mil caminhões de transporte deste tipo de material.Para conseguir o documento que funciona como uma espécie de licença, os criminosos entravam no sistema do órgão ambiental e simulavam transações comerciais usando a senha de empresas que têm autorização do governo para comercializar madeira legal.A partir destas operações, os fraudadores criavam uma situação fictícia de venda, passando o crédito de licença para uma empresa fantasma ou irregular que extraiam madeira da Reserva Biológica do Gurupi e de terras indígenas situadas entre os estados do Maranhão e Pará, como Awá, Caru, Alto Turiaçu e Alto Rio Guamá.Com os resultados das investigações da Operação Nuvem Negra foram emitidos 50 mandatos judiciais, sendo 21 de prisão preventiva de suspeitos. Evaristo disse que ainda não é possível apontar quantas pessoas estavam envolvidas no esquema. As outras ordens judiciais autorizam agentes da PF a fazer buscas e apreensões de documentos, equipamentos e produtos madeireiros. Os policiais também receberam autorização para realizar sete conduções coercitivas de algumas pessoas que serão levadas para prestar esclarecimentos à Justiça sobre o esquema. A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e suspendeu atividades econômicas de vários suspeitos.O Ibama bloqueou as atividades de mais de 200 empresas que seriam beneficiadas com este esquema e retirou os “créditos” de madeira das contas destas madeireiras. Madeireiros da região de Centro do Guilherme, Governador Nunes Freire e Buriticupu, no Maranhão estão entre os suspeitos. (Fonte: Correio do Brasil)
Comentário do blogueiro: Apreciável a ação da PF que parece estar trabalhando com 'inteligência'. De fato, aqui, no Maranhão, nem precisaria de muitos sistemas sofisticados para identificar quem vem roubando e vendendo madeira nobre, pois tudo é feito à luz do sol, descaradamente. Qualquer pessoa próxima de 'restos de floresta' sabe dar nomes e 'apelidos' a madeireiros que invadem e arrancam madeira. É preciso, no entanto, nesse momento crucial, endurecer com esses traficantes. E fazer com que as punições sejam extensivas a quem colaborou de forma indireta com os crimes ambientais.
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